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26/08/2023

26 de Agosto - Dia da Igualdade Feminina

O QUE É O DIA INTERNACIONAL DA IGUALDADE FEMININA?

O Dia Internacional da Igualdade Feminina foi implementado pelo Congresso dos Estados Unidos, no dia 26 de agosto de 1973, em homenagem à data de aprovação da emenda que permitiu o voto às mulheres. A data tem como intuito celebrar e trazer visibilidade às questões de equidade de gênero, e a importância do papel da mulher na sociedade contemporânea.

Apesar dos avanços desde então, ainda temos um longo caminho para traçar até que a igualdade de gênero seja alcançada na sociedade e em especial no meio científico!

 

A Desigualdade de gênero na ciência

Ofertado pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), o Prêmio Carolina Bori Ciência & Mulher chegou a sua quarta edição em 2022 com o tema “Meninas na Ciência”. As nove vencedoras foram anunciadas em janeiro e premiadas em fevereiro deste ano. Até que o Carolina Bori Ciência & Mulher fosse instituído, em 2019, nenhuma das premiações ofertadas pela SBPC homenageava, em seu título, uma cientista mulher.  A criação da homenagem representa um importante passo para a valorização do trabalho das mulheres que enfrentam todos os dias diversos desafios no ambiente científico por serem mulheres.

O combate a estereótipos de gênero torna-se especialmente importante num momento em que as mulheres já são maioria nos programas de pós-graduação do Brasil: segundo a Capes, 54,2% dos matriculados no stricto sensu são do gênero feminino. Esse equilíbrio, no entanto, fica apenas no campo da formação. 

Quando o foco de análise de igualdade de gênero se desloca para a carreira docente e a ocupação de cargos de liderança acadêmica, as mudanças caminham a passos muito lentos. Um comparativo feito pelo Laboratório de Estudos sobre Educação Superior (LEES) da Unicamp mostra que, enquanto 51% dos títulos de doutorado entre 1996 e 2014 foram obtidos por mulheres, o número de mulheres docentes nas universidades cresceu apenas 1%, de 44,5% para 45,5%. 

Esse fenômeno, de escasseamento das quantidades de mulheres à medida que se avança na carreira, está sendo estudado e tem nome: efeito tesoura. 

 

O efeito tesoura

O efeito tesoura, “scissor effect" em inglês, diz respeito a um corte no contingente feminino que compõe as comunidades científicas em função da evolução da posição profissional: quanto mais alta a função desempenhada, menor tende a ser a participação de mulheres e maior a de homens dentre o total de pesquisadores. Este gráfico, publicado em uma recente matéria do Jornal da Unesp ilustra bem como ocorre o efeito tesoura:

 

O CNPq e a igualdade feminina na ciência 

O CNPq, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, foi criado pela Lei nº 1.310, de 15 de janeiro de 1951, com a denominação de Conselho Nacional de Pesquisas. É uma das principais instituições científicas do país, ligada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações para incentivo à pesquisa no Brasil, sendo um órgão federal responsável pela gestão, regulação, desenvolvimento e incentivo à pesquisa científica brasileira. 

Apesar de sua grande importância nacional e internacional, quando analisamos algumas estatísticas sobre o CNPq, fica claro que apesar de todos os avanços, a igualdade feminina na ciência ainda está longe de ser conquistada de forma satisfatória. Um primeiro aspecto importante: durante seus 72 anos de existência, o CNPq nunca teve uma presidente mulher. 

Uma recente matéria publicada na revista Piauí abordou alguns dados que ilustram a desigualdade de gênero na ciência. Dos 20,9 mil bolsistas do CNPq em 2022, 65% são homens e 35% mulheres. Já no nível 1A, o mais alto, a discrepância de gênero é maior. Dos 1,4 mil bolsistas, 73% são homens e 27% são mulheres.

Em 2022, o CNPq investiu cerca de R$ 4,7 bilhões em bolsas de produtividade. Os homens levaram R$ 3,13 bilhões (66,5% do orçamento), enquanto as mulheres receberam R$ 1,6 bilhões – ou seja, eles receberam quase o dobro que elas. A discrepância de valores se deve ao fato de os homens receberem mais bolsas e de as mulheres estarem concentradas no nível 2, que tem um valor menor investido.

Apesar da discrepância atual, há duas décadas o cenário de mulheres na ciência era mais desigual. Em dezesseis anos, a presença feminina na docência aumentou 13,5%. De 2004 a 2020, também houve um crescimento geral da participação das mulheres no mestrado (4%) e no doutorado (6%). Esses dados apontam para uma melhora no cenário... mas ainda é extremamente importante dar destaque para estas questões, e lutar para que cada vez mais nos aproximemos de uma igualdade de fato.  

 

Fontes

https://jornal.unesp.br/2023/03/03/por-que-as-mulheres-sao-maioria-na-pos-graduacao-mas-ocupam-menos-da-metade-dos-cargos-de-docencia-nas-universidades/

https://piaui.folha.uol.com.br/o-efeito-tesoura-para-mulheres-na-ciencia/

https://pp.nexojornal.com.br/glossario/G%C3%AAnero-e-ci%C3%AAncia#:~:text=Efeito%20tesoura%20(ou%20%E2%80%9Cscissor%20effect%E2%80%9D)&text=Tanto%20o%20%E2%80%9Cefeito%20tesoura%E2%80%9D%20como,avan%C3%A7o%20nas%20hierarquias%20de%20poder.

 

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