06/06/2025
9 de Junho – Dia Nacional da Imunização: Vacinas, Ciência, Proteção Coletiva e Compromisso com a Verdade
Em 1796, o médico britânico Edward Jenner realizou um experimento que transformaria para sempre a história da medicina: ao inocular material coletado de pústulas de varíola bovina em um menino saudável, demonstrou que era possível prevenir a varíola humana. Nascia ali o conceito moderno de vacina, do latim vaccinus, em referência às vacas, marco inicial de uma revolução científica que alteraria o curso da humanidade.
Mais de um século depois, em 1904, o Brasil vivia sua primeira grande campanha de vacinação em massa, liderada por Oswaldo Cruz, com foco justamente na varíola. Apesar das resistências da época, foi o início de uma trajetória marcada pelo protagonismo nacional em saúde pública. Esse caminho ganharia força em 1973 com a criação do Programa Nacional de Imunizações (PNI), responsável por coordenar a distribuição gratuita e sistemática de vacinas por todo o país.
A partir dos anos 1980, o Brasil passou a realizar campanhas de vacinação em larga escala contra a poliomielite, com resultados notáveis: o último caso da doença foi registrado em 1989, e em 1994 o país foi certificado como livre da pólio. Outras doenças também foram controladas graças ao fortalecimento do PNI, como o sarampo, a rubéola e a difteria. Novas vacinas foram incorporadas ao calendário, incluindo imunizantes contra hepatite B, rotavírus, pneumococo, HPV e, mais recentemente, COVID-19.
Durante a pandemia, Instituições como o Instituto Butantan e a Fiocruz mostraram sua capacidade científica e tecnológica ao liderar a produção nacional de vacinas, reforçando o papel do Brasil como referência internacional em imunização. Em 2024, o país foi reconhecido pelo UNICEF por ter saído da lista das 20 nações com maior número de crianças sem vacinação básica, um feito possível graças à retomada das coberturas vacinais após anos de queda.
O impacto desse esforço coletivo é imenso: de 1940 a 2020, a expectativa de vida da população brasileira aumentou de 45 para mais de 76 anos, e boa parte desse avanço está diretamente ligada à prevenção de doenças infecciosas por meio das vacinas.
No entanto, os desafios persistem. Um dos mais preocupantes é o impacto da desinformação. A propagação de fake news sobre vacinas, muitas vezes disfarçadas de “opiniões pessoais” ou “alternativas naturais”, compromete a confiança da população e coloca em risco décadas de conquistas em saúde pública. A recusa vacinal, alimentada por boatos sem base científica, pode reabrir portas para doenças que já estavam controladas ou eliminadas. Combater a desinformação é, portanto, tão essencial quanto garantir o acesso às vacinas: exige educação, diálogo e o fortalecimento da confiança nas evidências científicas.
Neste 9 de junho, celebramos o Dia Nacional da Imunização reconhecendo o papel transformador da ciência, o compromisso dos profissionais de saúde e a importância de nos mantermos bem informados.
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