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13/05/2025

China ultrapassa EUA em pesquisas oncológicas de alto impacto e consolida revolução científica

Pela primeira vez na história, a China superou os Estados Unidos em número de pesquisas de alto impacto na área de câncer, segundo levantamento da Nature Index, publicado em abril de 2025 pela revista Nature. No artigo intitulado "China overtakes the United States in cancer research output", destaca-se que, em 2024, a China alcançou um share (índice de participação) de 2.614,5 em publicações oncológicas de alta qualidade, superando os 2.481,7 dos EUA.

O destaque chinês não se limita ao volume. De acordo com o suplemento, Heating up, a China registrou um crescimento de 19% em seu índice de participação no último ano, enquanto os Estados Unidos apresentaram aumento de apenas 5% entre 2023 e 2024. O feito marca uma inflexão na geopolítica da ciência, refletindo a consolidação de uma estratégia nacional focada em inovação, investimentos robustos em ciência e tecnologia, e políticas bem-sucedidas de repatriação de cientistas formados em instituições de prestígio no exterior.

A área da oncologia tem ocupado papel central nesse movimento. Instituições como a Universidade Sun Yat-sen, que ocupa a 4ª colocação mundial em publicações de impacto sobre câncer, e a Academia Chinesa de Ciências, figuram entre os principais centros globais de geração de conhecimento biomédico.

Ainda assim, a liderança em termos absolutos permanece com os Estados Unidos. A Universidade de Harvard é considerada líder incontestável na produção de pesquisas oncológicas, com um índice de participação acumulado de 1.169,18 no período de 2019 a 2024 — valor que a posiciona confortavelmente à frente da própria Academia Chinesa de Ciências.

Segundo o suplemento Nature Index: Setting the Pace, os EUA seguem como principal polo de colaboração científica internacional na área do câncer, ocupando as dez primeiras posições em parcerias bilaterais. Entretanto, a tradicional colaboração entre Estados Unidos e China sofreu uma queda significativa em 2021, e especialistas apontam que a retomada desse protagonismo conjunto ainda enfrenta desafios.

Mais do que uma disputa numérica, o crescimento da China representa um novo eixo de influência na ciência global, com impacto direto sobre as redes de colaboração, financiamento de pesquisa e desenvolvimento de terapias inovadoras. A revolução científica chinesa já não é uma tendência emergente, mas uma realidade consolidada que continuará moldando o futuro da saúde global.

 

O artigo completo pode ser acessado em: https://www.nature.com/articles/d41586-025-01154-4

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