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19/03/2025

CRID CULTURAL: “A Vida Imortal de Henrietta Lacks”

O cinema tem o poder de contar histórias que nos emocionam, informam e fazem refletir. A Vida Imortal de Henrietta Lacks (2017), filme da HBO estrelado por Oprah Winfrey, é um desses casos. Baseado no livro homônimo de Rebecca Skloot, o longa revela a história real de Henrietta Lacks, uma mulher cuja contribuição para a ciência mudou o mundo, mas permaneceu desconhecida por décadas.

Henrietta Lacks foi uma mulher afro-americana que, em 1951, foi diagnosticada com câncer cervical. Durante seu tratamento no Hospital Johns Hopkins, sem seu consentimento, células de seu tumor foram coletadas para pesquisa. Essas células, conhecidas como HeLa (referência ao nome de Henrietta), revelaram uma capacidade extraordinária de se replicar indefinidamente, tornando-se fundamentais para inúmeros avanços médicos, incluindo vacinas, tratamentos contra o câncer e pesquisas genéticas. No entanto, apesar de suas células serem amplamente utilizadas no universo científico sendo exportadas para diversos países ao redor do mundo, sua família nunca foi consultada ou indenizada pelas contribuições na ciência levantando importantes discussões éticas sobre consentimento e exploração científica.

As células HeLa foram as primeiras células humanas a serem cultivadas em laboratório de forma contínua, revolucionando a medicina. Elas foram essenciais para o desenvolvimento da vacina contra a poliomielite, pesquisas sobre AIDS, câncer e doenças genéticas. Além disso, contribuíram para avanços na clonagem, fertilização in vitro e até mesmo em experimentos no espaço. O grande diferencial dessas células é sua capacidade única de se multiplicar indefinidamente, tornando-se uma ferramenta crucial para a ciência. No entanto, sua obtenção sem consentimento levanta questões sobre bioética e os direitos dos pacientes.

Dirigido por George C. Wolfe, o filme é protagonizado por Oprah Winfrey no papel de Deborah Lacks, filha de Henrietta. A atuação de Oprah é um dos grandes destaques da obra, transmitindo toda a carga emocional da busca de Deborah pela verdade sobre sua mãe. Rose Byrne interpreta Rebecca Skloot, a jornalista que investiga a história de Henrietta e ajuda a trazer sua narrativa à luz.

A produção é marcada por um roteiro envolvente e uma abordagem sensível, que equilibra a importância científica da descoberta das células HeLa com as implicações humanas e éticas para a família Lacks.

A Vida Imortal de Henrietta Lacks é um filme essencial para quem se interessa por ciência, história e questões de justiça social. Ele nos lembra da importância do consentimento informado e da ética na pesquisa médica, ao mesmo tempo que presta um tributo a uma mulher cuja contribuição salvou milhões de vidas. Além disso, a obra também destaca o impacto da desigualdade racial na medicina e como vozes marginalizadas muitas vezes são apagadas da história oficial.

Mais do que um drama biográfico, A Vida Imortal de Henrietta Lacks é uma denúncia sobre as injustiças históricas enfrentadas por pessoas negras na medicina. A história de Henrietta expõe como a ciência muitas vezes se beneficiou de corpos racializados sem reconhecimento ou reparação. O filme nos convida a refletir sobre os desafios da equidade na saúde e a necessidade de garantir que avanços médicos sejam alcançados sem repetir os erros do passado. Assistir a esta obra é um passo importante para compreender como o racismo estrutural ainda influencia a pesquisa científica e o acesso aos cuidados de saúde. Disponível na HBO Max, essa é uma história que merece ser conhecida e compartilhada.
 


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