07/02/2024
Dengue e El Niño, como a situação pode piorar ainda mais?
A chegada do verão e a maior incidência de chuvas nesse período no Brasil, traz sempre a preocupação com a dengue, pois o mosquito que transmite a doença se prolifera em águas paradas. Mas o período, agora, é ainda mais desafiador por causa do El Niño.
Como explica o médico infectologista Stefan Cunha Ujvari, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, a dengue é uma doença que convive com a gente. Além de que "A epidemia depende de vários fatores, mas um dos principais é se você tem um aumento de temperatura que favorece a proliferação do mosquito, se você tem um período de chuvas intensas. E isso aparece, principalmente, nesse período de El Niño."
Por que a situação da dengue piora com o El Niño?
Caracterizado pelo aquecimento das águas do Oceano Pacífico, o El Niño acontece com frequência a cada dois a sete anos. Sua duração média é de doze meses, gerando um impacto direto no aumento da temperatura global.
"A gente está vivendo um verão com uma onda de calor muito grande. E quanto maior a temperatura, o mosquito busca mais sangue dos humanos", acrescentou o especialista, que também é autor do livro "A história das epidemias".
Stefan também explica que é esperado um pico da epidemia para o final de março e começo de abril, o que gera uma "perspectiva grande de piorar o quadro".
Predominância do tipo três:
Nesta temporada, em especial, especialistas e profissionais da saúde têm observado uma maior predominância do tipo três, diferente de outras épocas, quando era mais comum as pessoas se contaminarem pelos tipos um e dois.
Isso não significa, entretanto, que o tipo três seja mais grave. O que acontece é que pessoas que já tiveram dengue tendem a ter casos mais graves da doença em uma segunda contaminação.
"Se a gente imaginar que a gente sempre conviveu muito mais frequentemente com a dengue tipo um e o tipo dois, então a gente tem uma proporção de pessoas que já foram infectadas por esses dois tipos de vírus. Então, se a dengue três começa a circular mais, por isso que a gente supõe que ele esteja se tornando um pouco mais grave. Mas não é que ele [tipo três], por si, seja mais grave. É que ele está agora começando a predominar e está acometendo pessoas que já tiveram dengue no passado pelos [tipos] um ou dois."
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