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13/09/2021

Dia 13 de setembro- Dia Mundial da Sepse.

Você já teve uma infecção? É comum termos algum tipo de infecção durante a nossa vida, como uma infecção de garganta ou gripe. A todo momento, nós estamos expostos a bactérias, vírus e fungos, mas não ficamos infectados e adoecidos. Nossas barreiras cutâneas, como a pele, e também o nosso sistema imune são capazes de bloquear ou eliminar rapidamente estes patógenos. Contudo, alguns fatores, como por exemplo a má alimentação ou o estresse, fazem nosso sistema imune ficar enfraquecido, favorecendo o surgimento de uma infecção, que é a entrada de um patógeno em nossos tecidos e a sua proliferação. Uma infecção causa a ativação do nosso sistema imune, promovendo inflamação. Neste caso, podemos sentir nosso sistema imune trabalhando por meio de febre, dor, vermelhidão ou inchaço. Na maioria das vezes, ele é capaz de eliminar a infecção, e assim voltamos ao nosso estado sadio, ou de homeostase.

O sistema imune pode ser menos eficiente em algumas situações, como durante os primeiros anos após o nascimento, durante a velhice, ou por conta de uma insuficiência nutricional, imunodeficiências hereditárias ou adquiridas. Nestas situações, as células imunológicas podem não controlar a proliferação do patógeno, permitindo que uma infecção progrida para um quadro de sepse.

A sepse ocorre quando uma infecção não é eficientemente controlada, acarretando em uma intensa inflamação. Neste momento, não somente o primeiro local que ocorreu a infecção se torna inflamado, mas também todo o nosso corpo. Esta excessiva inflamação afeta as funções dos nossos órgãos, como a troca de gases pelo pulmão e a filtração do sangue pelos rins.  Dependendo da extensão e intensidade do comprometimento da função de órgãos, o paciente com sepse pode apresentar óbito.

Apesar do declínio do número de casos e mortalidade por sepse, os números ainda são altos. Estima-se que, anualmente, 48.9 milhões de pessoas desenvolvem sepse e que 11 milhões de pessoas percam suas vidas por esta complicação em todo o mundo. No Brasil, a incidência anual é estimada em aproximadamente 420 mil casos, dos quais 230 mil pacientes falecem. Em todo o mundo, a sepse é a principal causa de óbitos, representando 19,7% do total de mortes.

A sepse é ainda mais preocupante, pois ela promove grandes mudanças no organismo dos pacientes sobreviventes, os quais podem apresentar a síndrome pós-sepse, caracterizada por disfunções físicas, cognitivas e psicológicas que podem perdurar por anos. Isso aumenta o risco de readmissões hospitalares e óbitos por infecções, falha renal e eventos cardiovasculares mesmo depois da recuperação do quadro inicial. Os indivíduos pós-sépticos apresentam uma taxa de mortalidade de 7 a até 43% até o primeiro ano após sepse. Já, os pacientes que apresentaram o grau de sepse mais elevado, denominado choque séptico, tem taxa de mortalidade de aproximadamente 82%, até 5 anos após a sepse.

O tratamento atual para a sepse compreende no controle da infecção através de antibióticos e prevenção ou manejo das disfunções de órgãos. Contudo, a rápida identificação de uma pessoa com sepse aumenta enormemente a chance de sobrevivência e diminui o risco de significativas complicações no pós-sepse.

 

Autor: Me. Guilherme Cesar Martelossi Cebinelli

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