08/03/2023
Dia das Mulheres
Oficializada pela ONU, 8 de março é o dia internacional da mulher. Em contramão a muitas datas, não foi criada por razões comerciais e remete à acontecimentos históricos e sociais profundos. Frente às condições de trabalho e sociais muitos díspares aos homens, mulheres ao redor do mundo passaram a reivindicar condições melhores de vida. Levantes na Rússia, Estados Unidos, Brasil, dentre outros países, levaram a ONU a elencar o ano de 1975 como Ano Internacional da Mulher, a fim de relembrar e fortalecer conquistas políticas e sociais alcançadas até então.
Entretanto, as problemáticas de desigualdades enfrentadas por mulheres, principalmente quando atravessadas pelos recortes de cor, sexualidade e classe social, além do gênero em si, persistem. Dito isso, é fato que essa data simboliza luta para as mulheres e pessoas aliadas á causa feminista, uma vez que ainda há muitos problemas a serem resolvidos e condições de vida para serem aprimoradas e visibilizadas.
MULHERES NA CIÊNCIA
A Unesco - Organização das Nações Unidas para a Educação,a Ciência e a Cultura emitiu um relatório em 2018 sobre Mulheres na Ciência apontando que no Brasil entre 45,1% e 55% das pesquisas são realizadas por mulheres, quanto às publicações científicas brasileiras quase 50% têm mulheres como primeiras autorias entre 2011 e 2015. Explicitando o quanto as pesquisadoras são relevantes para a cena científica, educativa, tecnológica do país.
Pensando em trazer à tona histórias e trabalhos de mulheres que marcaram suas áreas de atuação, o Instituto Angelim, uma ONG de São Carlos, lançou um documentário e livro “Mulheres na Ciência em São Carlos: reflexões, trajetórias e histórias” em fevereiro deste ano em homenagem ao Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência. O projeto realizou um levantamento de todas as pesquisadoras sênior, aposentadas, de áreas variadas de conhecimento, mas continuam atuando, e que receberam premiações internacionais assim como fizeram pesquisas relevantes para a sociedade.
De acordo com o Instituto, os materiais audiovisuais e o livro produzidos foram desenvolvidos, também, principalmente por mulheres. De acordo com matérias publicada no jorna da USP: “São Carlos, denominada oficialmente como Capital da Ciência e Tecnologia, pouco reconhece publicamente as mulheres cientistas e pesquisadoras na cidade, pouco tem como memória e produção sobre suas trajetórias e trabalhos. Esse desconhecimento impacta diretamente o significado social dessas mulheres, o incentivo dado às jovens pesquisadoras, em início de carreira, e o desenvolvimento educativo de meninas e adolescentes no âmbito escolar”, afirmam os organizadores.
Na obra foram homenageadas sete cientistas, a professora ‘Cidinha’, da área de matemática, Cibele Saliba Rizek (ciências sociais); Lúcia Cavalcante de Albuquerque Willians (psicologia); Maria Aparecida de Moraes Silva (ciências sociais); Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva (ciências humanas – educação) e Yvonne Primerano Mascarenhas (físico-química). Os livros serão distribuídos em escolas da rede pública de São Carlos, acompanhados por rodas de conversa com os estudantes, e também entregues em escolas e instituições para pessoas que são agentes multiplicadores em setores variados da comunidades são carlense.
Assista aqui o documentário na íntegra: