19/04/2023
Dia dos Povos Indígenas
A mudança de nomenclatura
Desde julho de 2022, o tradicional Dia do Índio passa a se chamar Dia dos Povos Indígenas. O projeto de Lei da deputada Joenia Wapichana pretendia a renomeação a fim de que a visão estigmatizada do sujeito “índio” fosse deixada de lado, dando espaço para a riqueza e diversidade dos plurais povos indígenas, assim como suas identidades, línguas e religiões e modos de ser no mundo. A alteração deve refletir as lutas das diversas sociedades indígenas.
“O termo indígena quer dizer originário, aquele que está ali antes dos outros” defende Daniel Munduruku, pós doutor em linguística e indígena, escritos de mais de 50 livros para crianças, jovens e educadores.
Daniel Munduruku
História da data
A data foi instituída com seu nome antigo em 1943 por Getúlio Vargas. Quem o convenceu a fazer isso, de acordo com a bbc brasil, foi o general Marechal Rondon, de origem indígenda, que chegou a criar em 1910 o Serviço de Proteção ao Índio, que viria a se tornar a FUNAI (Fundação Nacional do Índio).
Além do país, outros países latinos aderiram a essa data, como a Costa Rica e Argentina. Por tratar-se do do Congresso Indigenista Americano, realizado em 1940, dos dias 14 a 24 de abril, para o qual os líderes indígenas se recusaram a participar, boicotando os primeiros dias e aparecendo no dia 19 de abril para se posicionarem frente às discussões realizadas ali.
Indígenas e a Medicina
Conhecimentos tradicionais indígenas combinam medicamentos naturais com a sabedoria sobre as relações com o meio ambiente no tratamento de doenças. A medicina indígena considera a relação com o meio ambiente como sendo parte da causa das doenças e também da cura.
De acordo com os povos originários, as doenças podem ser resultado da má relação com o ambiente, com o rio, e com a floresta. Neste contexto, não é possível tratar doenças apenas com remédios. A cura dependeria da interação entre medicamentos feitos a base de plantas e mudanças de costumes, que podem ir desde abstinência sexual até dietas específicas, por exemplo.
Parte do conhecimento ancestral só existe através da transmissão oral, por isso, alguns povos passaram a registrar seus conhecimentos, ou em sua língua nativa, evitando que os conhecimentos sejam roubados, ou também em português. Uma das iniciativas, o projeto “Manual dos Remédios Tradicionais Yanomami” foi inclusive transformado em exposição interativa, acesse em: https://artsandculture.google.com/story/JAXRKSOfv6hOJA!
imagem extraída do Manual dos Remédios Tradicionais Yanomami
fontes:
https://www.bbc.com/portuguese/brasil-43831319
https://www.greenpeace.org/brasil/blog/saude-que-vem-da-floresta-o-conhecimento-dos-povos-indigenas/