Dia Mundial da Síndrome de Down

O dia 21 de março é conhecido como Dia Mundial da Síndrome de Down, data estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU) para conscientizar sobre a condição que afeta cerca de 300 mil pessoas somente no Brasil e 400 mil nos Estados Unidos. A síndrome também chamada de trissomia do cromossomo 21 é a mais comum no mundo todo, gerada pela presença de uma terceira cópia do cromossomo 21 em todas as células do organismo (trissomia), ou seja, em vez de 46 esses indivíduos apresentam 47 cromossomos – uma alteração genética que ocorre no momento da concepção de uma criança.
É indispensável dizer que o Down não é considerado uma doença e, sim, uma condição genética intrínseca à pessoa, mas que está associada a algumas questões de saúde que devem ser observadas desde o nascimento da criança. Algumas que podem ser destacadas são: cardiopatias congênitas, alterações oftalmológicas, auditivas, do sistema digestório, endocrinológico, do aparelho locomotor, neurológicas, hematológicas e ortodônticas. Estudos nacionais revelam também, alta prevalência de doença celíaca (5,6%) em crianças com SD, que em caso de suspeita devem ser acompanhadas por especialistas. Não há relação entre as características físicas e um maior ou menor comprometimento intelectual – o desenvolvimento dos indivíduos está intimamente relacionado aos estímulos e aos incentivos que recebem, sobretudo nos primeiros anos de vida, e a carga genética herdada de seus pais, como qualquer pessoa.

Iniciativas de inclusão 
A inclusão de pessoas com Síndrome de Down tem avançado significativamente, impulsionada por pesquisas científicas, políticas públicas e iniciativas da sociedade civil. Desde o ambiente acadêmico até o mercado de trabalho, novas abordagens têm sido adotadas para garantir oportunidades e melhorar a qualidade de vida dessas pessoas.
A Universidade de São Paulo (USP) será a sede de uma nova Rede Nacional de Pesquisa sobre Síndrome de Down, iniciativa que busca conectar especialistas de diferentes áreas para desenvolver estudos voltados à inclusão e ao bem-estar dessa população. O projeto visa não apenas compreender melhor os desafios enfrentados pelas pessoas com a síndrome, mas também propor soluções práticas que possam ser implementadas em diversas áreas, como educação, saúde e empregabilidade.
Segundo os pesquisadores envolvidos, um dos focos da rede será a criação de diretrizes para a educação inclusiva, garantindo que estudantes com Síndrome de Down tenham suporte adequado sem serem segregados em ambientes exclusivos. Além disso, a iniciativa também pretende mapear boas práticas de empregabilidade e autonomia, fornecendo dados para empresas e órgãos governamentais interessados em promover a inclusão no mercado de trabalho.
A ciência também tem desempenhado um papel crucial na promoção da inclusão. Recentemente, pesquisadores brasileiros desenvolveram um método inovador para estudar as alterações moleculares em pessoas com Síndrome de Down a partir de células encontradas na urina. Esse avanço pode auxiliar na compreensão de problemas de saúde associados à síndrome, contribuindo para o desenvolvimento de tratamentos mais eficazes. Além disso, estudos sobre o envelhecimento e a relação da Síndrome de Down com o Alzheimer estão em ascensão. Com uma expectativa de vida crescente, garantir qualidade de vida na terceira idade se tornou um dos principais desafios da comunidade científica.
Os avanços na pesquisa, educação e empregabilidade mostram que a sociedade está caminhando para um futuro mais inclusivo. No entanto, ainda há muito a ser feito. A inclusão de pessoas com Síndrome de Down não deve ser vista como um ato de caridade, mas sim como um direito fundamental e uma oportunidade para toda a sociedade crescer de forma mais justa e diversa.
Com o apoio da ciência, de políticas públicas eficientes e da mudança de mentalidade coletiva, podemos garantir que cada pessoa, independentemente de suas diferenças, tenha acesso às mesmas oportunidades e ao respeito que merece.

Referências 
Ministerio da Saude https://bvsms.saude.gov.br/conosco-nao-para-nos-21-3-dia-mundial-e-nacional-da-sindrome-de-down/#:~:text=IN%C3%8DCIO-,%E2%80%9CConosco%2C%20n%C3%A3o%20para%20n%C3%B3s%E2%80%9D%3A%2021%2F3%20%E2%80%93,Nacional%20da%20S%C3%ADndrome%20de%20Down
Federação brasileira das associações de Síndrome de Down http://federacaodown.org.br/sindrome-de-down/ 
Rede Nacional de PD&I em Síndrome de Down terá sede na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo https://www.fm.usp.br/fmusp/noticias/rede-nacional-de-pdi-em-sindrome-de-down-tera-sede-na-faculdade-de-medicina-da-universidade-de-sao-paulo–