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14/11/2023

DIA MUNDIAL DO DIABETES

 

 

Você sabe os tipos, prevenções, complicações e tratamentos que existem sobre o Diabetes?

 

TIPOS DE DIABETES

 

Ao contrário do que muitas pessoas pensam, podemos dizer que existem pelo menos quatro tipos de diabetes, sendo eles: Diabetes Tipo 1, Diabetes Tipo 2, Diabetes Gestacional e o Diabetes Monogênico.

 

Diabetes Tipo 1: É de causa desconhecida, pode acontecer por uma predisposição genética, pode acontecer também em função de alterações de genes e ambiente, sendo basicamente uma doença autoimune resultando em uma reação exacerbada e desproporcional do sistema imune contra as células beta pancreáticas que são produtoras de insulina.

 

Quando o sistema imune destrói as células beta pancreáticas  o pâncreas perde a capacidade de produzir insulina (principal hormônio capaz de promover a captação de glicose para dentro dos tecidos, diminuindo a quantidade de glicose circulante) resultando na glicemia elevada fazendo com que a doença se instale e sendo indispensável a suplementação.

 

Diabetes Tipo 2: Esse tipo de diabetes já é diferente, acontece ao longo da vida (prevalecendo mais a partir da meia idade). Esse diabetes é multifatorial, sendo consequência de fatores genéticos e também pelos hábitos do paciente. Pessoas com uma dieta inadequada baseada em alimentos ultraprocessados e eventualmente sedentários têm grande predisposição para adquirir um diabetes tipo 2.

 

Pacientes com essa predisposição possuem resistência à ação da insulina. Diferente do tipo 1, ele produz insulina normalmente (ou às vezes até mais), com o resultado da ineficácia dessa insulina em promover captação de glicose nos tecidos ou de suprimir a produção de glicose no fígado. Como consequência disso, uma vez que a insulina não consegue atuar direito nos tecidos, esse paciente desenvolve hiperglicemia.

 

Em estágios posteriores e tardios da doença (especialmente quando ela é negligenciada ao longo da vida) o paciente ainda tem uma lesão pancreática (exaustão do pâncreas), deixando de produzir insulina de forma eficaz e assim como no tipo 1 é necessário fazer a suplementação.

 

Diabetes Gestacional:  Ocorre durante a gestação em função ao desbalanço hormonal (grande quantidade de hormônios) da gestante e aumenta a concentração de hormônios que prejudicam a ação da insulina (deixando de ser eficaz em produzir glicose nos tecidos) fazendo com que a paciente fique hiperglicêmica.

 

As pacientes que são mais suscetíveis a desenvolver diabetes gestacional são pacientes que tem uma predisposição genética, que iniciam a gestação no sobrepeso, ou que ganham muito peso durante a gestação, pacientes com hipertensão arterial, além de outros fatores de risco que podem acarretar nesse tipo de diabetes.

 

Diabetes Monogênico: Esse tipo de diabetes pode ser subdividido em vários, pois depende da mutação de determinados genes. Dependendo dessa mutação o resultado pode ser diferente, mas em geral tem-se que esses pacientes tenham menor capacidade de secreção de insulina e eventualmente também resistência à insulina.

 

PREVENÇÕES

 

Tanto o Diabetes Tipo 1 e Diabetes Monogênico não são preveníveis, porque o diabetes tipo 1 trata-se de uma doença autoimune (e por ser autoimune não é possível saber o porquê e quando ela vai acontecer). Já o diabetes imunogênico por ser uma doença de origem genética onde o paciente não tem conhecimento de que ele vai desenvolver não tem como ser prevenida.

 

Por outro lado, o Diabetes Tipo 2, mesmo sendo uma doença multifatorial, é prevenível. O paciente pode fazer exercícios físicos e alterações em sua dieta, fazendo com que isso resulte numa prevenção e regressão do diabetes tipo 2 com o controle de peso.

 

Já o diabetes gestacional também é prevenível, através de um acompanhamento rigoroso em todo o período pré natal com a alimentação regulada e práticas de exercícios, fazendo assim com que haja uma prevenção maior.


 

COMPLICAÇÕES

 

Os principais desfechos de um diabetes mal tratado geralmente são cardiovasculares. Portanto o paciente tem uma grande chance de desenvolver trombose, o aumento da pressão arterial também é muito frequente pois o diabete leva ao que chamamos de disfunção endotelial (condição que leva ao aumento da pressão arterial). 

 

Também há uma grande chance dos pacientes desenvolverem nefropatia (lesão renal que acarreta na perda da capacidade do rim de depurar o sangue para a formação da urina)  resultando também no aumento da volemia (aumento de sangue circulante) aumentando também a pressão arterial, sobrecarregando o coração e gerando também uma insuficiência cardíaca nos pacientes.

 

Uma outra complicação causada pela diabetes também é a retinopatia diabética, que é a perda gradual da visão, que também é consequência dos danos vasculares prevalecendo muito em pacientes diabéticos.

 

Além desses associações diretas com as doenças cardiovasculares, pode-se citar também 

problemas urológicos (pacientes que desenvolvem impotência, imperatividade de bexiga, etc), mais propensão a desenvolver determinados tipos de câncer e são no geral muito suscetíveis à vários tipos de infecção (como por exemplo na pandemia do COVID-19 o diabetes foi considerado um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de formas graves da doença).


 

TRATAMENTOS

 

Como no Diabetes Tipo 1 o paciente não consegue produzir sua própria insulina a partir do pâncreas, é necessário realizar o tratamento com insulina administrada por via injetável (lembrando que a insulina não pode ser por via oral pois é degradável). 

 

A insulina com certeza é um dos maiores avanços da medicina, pois revolucionou o tratamento da doença e fez com que as pessoas passassem a ter sobrevida e viver com qualidade de vida normal.

 

O Diabete Tipo 2 é bastante diferente, pois o paciente é capaz de produzir a insulina, então se faz uso de medicamentos via oral que são capazes de melhorar a capacidade de insulina e promover a redução de glicose circulante sensibilizando o organismo à ação da insulina. Outros medicamentos aumentam a depuração de glicose pela via renal (ocorrendo maior excreção de glicose pela urina) e em consequência disso existe uma normalização de glicemia circulantes.

 

No Diabetes Gestacional sem dúvida a primeira recomendação é evitar a terapia farmacológica e indicar a realização de exercícios físicos regulares e controles rigorosos da dieta. Se os exercícios e dieta não forem suficientes, então utiliza-se medicamentos semelhantes aos que são indicados no diabetes tipo 2 com intuito de melhorar a sensibilidade à insulina e  reduzir os níveis de glicemia da gestante.

 

No Diabetes Monogênico, que é caracterizado por uma prejudicada capacidade das células do pâncreas em secretar insulina usam-se fármacos que melhoram essa capacidade, normalizando os níveis de glicemia


 

Por Prof. DR. Luiz Osório.

 

 

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