27/05/2025
Dia Mundial Sem Tabaco reforça riscos do fumo passivo e de terceira mão
Em 31 de maio celebra-se o Dia Mundial Sem Tabaco, iniciativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) que busca conscientizar sobre os efeitos nocivos do consumo de tabaco e da exposição ao fumo passivo e de terceira mão. A data destaca a necessidade de políticas públicas e ações coletivas que promovam ambientes 100% livres de fumaça, protegendo a saúde e a qualidade de vida da população.
Embora tradicionalmente voltadas ao fumante ativo, as campanhas antitabagismo têm ampliado o foco para os riscos àqueles expostos involuntariamente à fumaça. O fumo passivo, ou ambiental, resulta da combinação da fumaça exalada pelo fumante com a proveniente da queima do tabaco. Não há nível seguro de exposição, como comprovam diversos estudos científicos.
Em crianças, a exposição está associada a crises de asma mais graves, infecções respiratórias e de ouvido, além de síndrome da morte súbita infantil (SIDS). Também compromete a amamentação, reduzindo o volume e a qualidade do leite materno. Em adultos, aumenta significativamente o risco de doenças cardiovasculares, como infarto e AVC, além de câncer de pulmão. A exposição prolongada em ambientes domésticos potencializa esses riscos, mesmo entre não fumantes.
Outro aspecto cada vez mais evidenciado é o impacto imunológico do fumo passivo e de terceira mão. Compostos tóxicos da fumaça e seus resíduos afetam diretamente o sistema imunológico, favorecendo disfunções, inflamação crônica e maior suscetibilidade a infecções. A exposição compromete a resposta imune inata, facilitando infecções respiratórias como pneumonias e gripes recorrentes.
Estudos indicam que o fumo passivo intensifica processos inflamatórios sistêmicos, contribuindo para doenças metabólicas e autoimunes, como diabetes tipo 2, artrite reumatoide e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Em indivíduos com condições preexistentes, como asma ou imunodeficiências, a exposição agrava complicações e reduz a eficácia de tratamentos.
Já o fumo de terceira mão, resíduos químicos que se acumulam em móveis, roupas, paredes e poeira, representa risco adicional, sobretudo para crianças, que tendem a brincar no chão e levar objetos à boca. Esses resíduos podem permanecer no ambiente por semanas ou meses, sendo reemitidos ao ar ou transformados em substâncias ainda mais tóxicas.
Pesquisas mostram que a exposição ao fumo de terceira mão está associada à lesões no DNA, estresse oxidativo e inflamação crônica, além de potenciais efeitos adversos no desenvolvimento neurológico e respiratório infantil. Durante a infância, período crítico para o sistema imunológico, a exposição pode alterar concentrações de citocinas e perfis celulares, aumentando a vulnerabilidade à doenças e o risco de câncer.
Diante desse cenário, a OMS, por meio da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (CQCT), ratificada pelo Brasil, recomenda que todos os ambientes fechados, públicos ou privados, sejam 100% livres de fumo. A entidade enfatiza que não há níveis seguros de exposição e que a única medida eficaz é eliminar completamente a fumaça desses ambientes.
No Brasil, a legislação proíbe o uso de produtos fumígenos em ambientes coletivos fechados, mas especialistas apontam a necessidade de fortalecer a fiscalização e ampliar campanhas de conscientização sobre os riscos do fumo passivo e de terceira mão.
Além disso, recomenda-se o fortalecimento de programas de cessação do tabagismo e a promoção de ambientes livres de fumaça, inclusive em residências multifamiliares, como forma de proteger os grupos mais vulneráveis, crianças, pessoas com doenças crônicas e imunossuprimidas.
O enfrentamento dos problemas causados pela exposição ao fumo exige uma atuação integrada entre governos, sociedade civil e instituições de saúde, com foco na prevenção, proteção e promoção de ambientes saudáveis para todos.
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