27/03/2017
Discussão de Artigo Científico – 27-03
DIA: 27/03/2017 (segunda-feira)
LOCAL: Sala de Seminários II – Prédio Central – FMRP
HORÁRIO: 11:00 horas
A microbiota intestinal pode agravar os déficits motores na doença de Parkinson (DP), de acordo com estudo publicado recentemente na revista Cell. A disfunção gastrointestinal geralmente precede o início dos sintomas motores em pacientes com DP, e estudos prévios do microbioma humano mostraram que os pacientes com DP apresentam comunidades microbianas distintas no intestino. No entanto, não se sabia se essas alterações na microbiota tinham uma consequência funcional sobre a doença. Dado o papel das bactérias intestinais na função do sistema imunológico, foi levantada a questão se a microbiota poderia influenciar a neuroinflamação e assim contribuir para a neurodegeneração na DP.
Sampson e colaboradores avaliaram o papel da microbiota intestinal em um modelo murino comumente utilizado para se estudar a doença de Parkinson. Esse animais super expressam a alfa-sinucleína humana e recapitulam muitos sintomas de DP, incluindo disfunção gastrointestinal e déficit motor. Os pesquisadores descobriram que os camundongos, quando mantidos sob condições estéreis (germ free), apresentaram sintomas muito mais leves do que os camundongos com a microbiota comensal intacta. Entretanto, quando os pesquisadores introduziram microbiota de pacientes humanos com PD nos animais germ free, a disfunção motora tornou-se mais severa. Subsequentemente, observou-se que o efeito das bactérias intestinais era mediado por ácidos graxos de cadeia curta (SCFAs). A microbiota comensal produz esses metabólitos, que facilitam a ativação da microglia, resultando em aumento da neuroinflamação e posterior exacerbação da DP. De fato, a administração oral de SFCAs em camundongos germ free que superexpressam alfa-sinucleína resultou em sintomas motores proeminentes.
O trabalho é de grande relevância tendo em vista que a identificação desses micróbios associados à PD pode permitir a identificação precoce de indivíduos em risco e fornecer biomarcadores para a gravidade e progressão da doença. Além disso, a compreensão das contribuições específicas de diferentes espécies de bactérias intestinais na DP poderia, eventualmente, levar a terapia antibiótica direcionada ou a modificação da microbiota intestinal com intervenções dietéticas.
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