23/02/2016
Discussão de Artigo Científico – 29/02/16
DIA: 29/02/2016 (segunda-feira)
LOCAL: Sala de seminários II – Prédio Central – FMRP
HORÁRIO: 11:00 horas
Células mielóides CD11b + Ly6G– medeiam hipersensibilidade mecânica em modelo de dor inflamatória
Nader Ghasemloua, Isaac M. Chiua,b, Jean-Pierre Julienc, and Clifford J. Woolfa,1
aF. M. Kirby Neurobiology Center, Boston Children’s Hospital & Harvard Medical School, Boston, MA 02115; bDepartment of Microbiology and Immunobiology, Harvard Medical School, Boston, MA 02115; and cResearch Centre of Institut Universitaire en Santé Mentale de Québec and Department of Psychiatry and Neuroscience, Laval University, Quebec City, QC, Canada G1J 2G3
O processo inflamatório normalmente é acompanhado de dor, caracterizando-se esta como dor inflamatória. Assim, a dor no local da inflamação é recorrente nos atendimentos médicos e pode ser em decorrência de doenças imunes crônicas, infecções patogênicas e lesões teciduais. No entanto, as contribuições específicas das células do sistema imune inato e sistema adaptativo para o surgimento da dor durante a inflamação não estão claramente elucidados. Portanto, o presente trabalho tem como objetivo caracterizar a resposta imune celular e molecular em dois modelos pré-clínicos de dor inflamatória amplamente utilizados em testes pré-clínicos: após injeção intraplantar de adjuvante completo de Freund (CFA), no intuito de mimetizar uma resposta inflamatória após infecção, e o outro modelo se dá após realização de incisão na pata que mimetiza uma lesão tecidual. Os resultados revelam diferenças nos padrões temporais de recrutamento de células imunes, estado de ativação, produção de citocinas e dor nestes dois modelos. Foi obervado que o CFA provocou uma resposta inflamatória granulomatosa de difícil resolução e hipersensibilidade mecânica por longo período, enquanto a incisão provocou uma resposta inflamatória mais e hipersensibilidade mecânica por um período mais curto. Além disso, ao utilizar várias estratégias de depleção de diferentes células do sistema imune nos animais, foi descoberto que as linhagens de neutrófilos Ly6G+CD11b+ e dos linfócitos T não contribuem para o desenvolvimento da hipersensibilidade térmica ou mecânica em qualquer um dos modelos, já as células mielóides CD11b + Ly6G–, em proliferação, são necessárias para a hipersensibilidade mecânica durante a dor incisional, e em menor grau, na inflamação induzida por CFA. No entanto, monócitos (CCR2+Ly6Chi) não são responsáveis por esses efeitos. Assim, a constatação de que uma população de células mielóides em proliferação CD11b+Ly6G– contribuem para a hipersensibilidade mecânica após a inflamação fornece um potencial alvo para o tratamento de processos inflamatórios após incisão.
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