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27/08/2023

estresse psicológico atrapalha o sistema imunológico na luta contra infecções

O estudo 

Intitulado “Brain motor and fear circuits regulate leukocytes during acute stress,” o artigo publicado em 2022 na Nature de autoria do professor Filip Swirski, Wolfram Poller e colaboradores da Icahn School of Medicine induziu estresse agudo em ratos provocando mudanças profundas em seus sistemas imunológicos. Os pesquisadores ficaram surpresos com a quantidade de células que migrou dos linfonodos para a medula óssea em períodos curtos de tempo, com isso, era observado que a resposta a essa migração era prejudicial a imunidade aumentando a suscetibilidade frente a influenza e covid. 

Não era novidade que o estresse interfere na nossa imunidade, entretanto, o mecanismo através do qual o cérebro se comunica com o sistema imunológico para que isso ocorra ainda é incerto. O estudo em questão queria identificar quais especificidades do cérebro poderiam estar causando essas mudanças e como essa comunicação entre as partes era realizada. 

Para isso, começaram explorando o hipotálamo, controlado pelo sistema nervoso simpático, importante nos mecanismo de luta e fuga, os cientistas descobriram que era possível, através da ativação e inativação de neurônios específicos do hipotálamo, induzir a migração dos leucócitos para a medula óssea. Estes experimentos foram relevantes por mostrarem o quanto o estresse é capaz de preparar o corpo para lesão, no caso de luta ou fuga, ao passo em que aumenta a suscetibilidade do corpo a infecções. 

Além disso, também foram feitas descobertas acerca dos neutrófilos cuja função é reparar tecidos que foram alterados, machucados ou prejudicados. Em casos de estresse agudo foi constatado aumento de sua prevalência em múltiplos tecidos. Novamente os cientistas buscaram observar o sistema nervoso simpático para entender se havia correlações, e surpreenderam-se ao constatar que não. 

A partir disso, buscaram pelos moduladores dos neutrófilos e constataram a proteína CXCL1, que se alterava no músculo em resposta ao estresse. A partir disso, entenderam que era possível, através da ativação e inativação do circuito neuronal específico, controlar movimentos musculares e modular a resposta dos neutrófilos, associando uma região do cérebro e seus efeitos no sistema imunológico humano. 

Relevância e próximos passos

Ao descobrir e conseguir modular a ativação e inativação de neurônios nos camundongos, foi possível ter maior acurácia acerca da influência do estresse na resposta imune. Além disso, ao estudar os neutrófilos o estudo foi um dos primeiros a encontrar um mecanismo mais direto de conexão entre o cérebro, o estresse e os efeitos consequentes na imunologia dos espécimes estudados.

Ademais, uma vez tendo entendido mais acerca dos mecanismo supracitados, Swirski e sua equipe pretendem enfocar em populações mais vulneráveis socioeconomicamente para entender se seus corpos estão preparados para lidar com infecções virais, tentando entender de que forma os marcadores sociais influenciam na qualidade do funcionamento imunológico. 

fonte:

https://www.the-scientist.com/news-opinion/psychological-stress-distracts-the-immune-system-from-fighting-infections-70309?utm_campaign=TS_Newsletter_RAN_Immunology&utm_medium=email&_hsmi=268940169&_hsenc=p2ANqtz-9Pt_OuK9HBeGVKtSc-lWbnVMSB7YPBe59LCScs8vLrnUfPBGdKg9sEWkQ10fGt8BfuK8tfWamV52rXWfUJnAhsbwcS4g&utm_content=268940169&utm_source=hs_email

 

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