08/01/2025
Febre Amarela
A febre amarela é uma doença infecciosa de origem viral, caracterizada por febre alta e sintomas abruptos. Causada por um vírus transmitido principalmente por mosquitos, essa doença pode ter uma evolução variada, com formas graves que apresentam uma letalidade considerável. Existem dois ciclos de transmissão: o urbano e o silvestre. No ciclo urbano, a transmissão é feita por mosquitos do tipo Aedes aegypti, comuns nas áreas urbanas. Já no ciclo silvestre, que é o predominante no Brasil, os mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes são os responsáveis pela disseminação do vírus, e os primatas não humanos, como macacos, atuam como hospedeiros e amplificadores do vírus, com os seres humanos sendo considerados hospedeiros acidentais.
Em relação ao Brasil, os últimos casos de febre amarela urbana ocorreram em 1942, e desde então, todos os registros de casos confirmados vêm do ciclo silvestre. A doença é de notificação compulsória imediata, o que significa que qualquer suspeita de febre amarela, seja por morte de primatas não humanos ou casos humanos com sintomas compatíveis, deve ser comunicada às autoridades em até 24 horas, por meio de canais rápidos como telefone ou e-mail. As autoridades estaduais de saúde devem então informar os eventos ao Ministério da Saúde.
Nos casos graves da doença, os sintomas podem incluir febre alta, icterícia (amarelamento da pele e olhos), hemorragias, e até choque e insuficiência de múltiplos órgãos, com uma taxa de mortalidade que pode variar de 20% a 50%. Portanto, é essencial procurar ajuda médica assim que surgirem os primeiros sinais e sintomas. Embora a vacina contra a febre amarela seja eficaz e recomendada, ela também pode gerar reações adversas, como reações alérgicas ou até manifestações da própria doença. Em casos raros, a morte pode ocorrer até 30 dias após a vacinação, o que exige investigação para determinar se a vacina foi a causa. Caso os sintomas da doença se manifestem em até 15 dias após a vacinação, a pessoa deve buscar atendimento médico imediatamente.
A Secretaria Municipal de Saúde confirmou a circulação do vírus da febre amarela no Campus da USP Ribeirão Preto, após a descoberta de macacos bugios mortos na região. A vacina contra a febre amarela é segura, eficaz e representa a principal forma de prevenção contra a doença. Quem ainda não tomou a vacina ao longo da vida deve se imunizar o quanto antes. Vale lembrar que o organismo leva cerca de 10 dias após a aplicação para desenvolver proteção completa contra o vírus.
A vacinação será realizada no Campus da USP Ribeirão Preto, na Unidade Básica de Assistência à Saúde (UBAS-RP), localizada na Rua Pedreira de Freitas, casa 15 (Clínica Odontológica). Equipes da Secretaria de Saúde estarão disponíveis para vacinar a comunidade uspiana das 8h30 às 16h45. Além disso, a vacina também pode ser encontrada em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS) de Ribeirão Preto.
Alguns grupos de pessoas não devem ser vacinados, incluindo crianças com menos de 9 meses, mulheres amamentando crianças com menos de 6 meses, pessoas com alergia grave ao ovo, indivíduos vivendo com HIV com baixa contagem de células CD4, pacientes em tratamento de quimioterapia ou radioterapia, aqueles com doenças autoimunes e pessoas que utilizam medicamentos imunossupressores.
O diagnóstico da febre amarela é feito por meio de exames laboratoriais realizados em unidades de saúde. O tratamento é essencialmente sintomático, com repouso do paciente e suporte médico. Nos casos mais graves, é necessário atendimento em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Alguns medicamentos, como a aspirina (AAS), devem ser evitados, pois podem agravar as complicações hemorrágicas.
Além disso, pessoas que tomaram a vacina contra a febre amarela devem aguardar 28 dias antes de realizar doações de sangue. Para evitar a escassez de bolsas de sangue, é recomendado que antes de receber a vacina, as pessoas se dirijam a um hemocentro ou serviço de coleta para realizar a doação.
Em conclusão, a febre amarela continua sendo uma doença relevante, especialmente no Brasil, onde o ciclo silvestre de transmissão persiste. Embora a vacinação seja a principal medida preventiva e eficaz contra a doença, a detecção precoce e a resposta rápida a possíveis casos suspeitos são cruciais para evitar sua propagação e reduzir a taxa de mortalidade, que pode ser significativa nas formas graves. O cuidado com os grupos de risco e a atenção a possíveis eventos adversos pós-vacinação são fundamentais para garantir a segurança da imunização. Além disso, a colaboração da população no acompanhamento de sintomas e na notificação de eventos suspeitos, bem como a conscientização sobre os cuidados com a doação de sangue, são atitudes que contribuem para o controle e prevenção da febre amarela. A integração de esforços entre a saúde pública, a população e as autoridades locais é essencial para o enfrentamento eficaz dessa doença.
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