NOTÍCIAS

MENU NOTÍCIAS

26/02/2025

Fevereiro Roxo: Mês de Conscientização do Lúpus, Fibromialgia e Alzheimer

Fevereiro Roxo é um mês de conscientização sobre doenças crônicas como o Alzheimer, Fibromialgia e Lúpus Eritematoso Sistêmico que afetam milhares de pessoas ao redor do mundo. O lema da campanha, "Se não houver cura, que ao menos haja qualidade de vida", reforça a importância do diagnóstico precoce e do acompanhamento médico adequado para garantir bem-estar aos pacientes. Além disso, os avanços da ciência e o investimento em pesquisas promovem a descoberta e melhoramento de terapias que proporcionam maior qualidade de vida aos seus portadores. 

O que são essas doenças?

  • Alzheimer: é uma doença neurodegenerativa progressiva que afeta a memória, o raciocínio e a cognição como um todo. A principal causa é a deposição de placas de beta-amiloides- substância que ironicamente também contribui para a proteção do cérebro-  entre os neurônios interferindo na comunicação celular e desencadeando uma resposta inflamatória que contribui para a morte neuronal. Além disso, há fatores genéticos, ambientais e de estilo de vida que levam à degeneração progressiva,  que não há cura, mas existem  tratamentos que podem retardar o avanço da doença.

  • Fibromialgia: Uma condição crônica que causa dor generalizada pelo corpo, fadiga intensa e distúrbios do sono. Os estudos sugerem que a fibromialgia ocorre devido a um desequilíbrio na regulação da dor no cérebro e na medula espinhal, envolvendo neurotransmissores como a serotonina, dopamina e substância P. Isso faz com que estímulos que normalmente não seriam dolorosos passem a ser percebidos como dor intensa. Além disso, fatores genéticos, estresse, traumas físicos ou emocionais podem contribuir para o seu desenvolvimento. Embora ainda não tenha uma causa única definida, a fibromialgia é reconhecida como uma condição real pela medicina, e seu tratamento envolve uma abordagem multidisciplinar, incluindo medicamentos, fisioterapia, atividade física e terapias complementares.

  • Lúpus: uma doença autoimune crônica e sistêmica, na qual o sistema imunológico ataca tecidos e órgãos saudáveis do próprio corpo. Ele pode afetar a pele, articulações, rins, coração, pulmões e até o sistema nervoso central. A ciência explica o LES como uma falha na regulação imunológica, onde o organismo produz autoanticorpos que desencadeiam inflamação e danos teciduais. Fatores genéticos, hormonais e ambientais, como infecções e exposição ao sol, podem contribuir para o seu desenvolvimento. A doença é mais comum em mulheres jovens, especialmente em idade fértil. Os sintomas variam, mas incluem fadiga, dores articulares, lesões na pele (como a característica “asa de borboleta” no rosto) e complicações em órgãos internos. Não há cura para o LES, mas tratamentos com imunossupressores, corticosteroides e terapias biológicas ajudam a controlar a inflamação e reduzir os surtos da doença.

O Papel do Sistema Imunológico e da Inflamação

Nos últimos anos, a ciência tem demonstrado que o sistema imunológico e os processos inflamatórios desempenham um papel crucial no desenvolvimento e progressão de diversas doenças crônicas. A inflamação, quando persistente, pode prejudicar o funcionamento normal do organismo e contribuir para o agravamento de condições como Alzheimer, fibromialgia e lúpus.

O sistema imunológico é uma complexa rede de células e moléculas que protegem o organismo contra ameaças externas, como vírus e bactérias, além de desempenhar um papel essencial na regeneração celular e na homeostase dos tecidos. No entanto, quando esse sistema se desregula, pode desencadear respostas inflamatórias crônicas, um fenômeno que está diretamente relacionado a diversas doenças, incluindo Alzheimer, fibromialgia e lúpus.

A inflamação é uma resposta natural do organismo para combater agressões, mas quando persiste de forma inadequada, pode se tornar prejudicial. No caso do Alzheimer, estudos recentes indicam que a neuroinflamação contribui significativamente para a progressão da doença. Pesquisadores descobriram que a ativação descontrolada das células da microglia – que deveriam atuar na proteção do cérebro – pode levar à liberação excessiva de citocinas pró-inflamatórias, intensificando a morte neuronal e acelerando a deterioração cognitiva. Avanços na pesquisa indicam que estratégias para modular essa resposta imune hiperativa podem ser promissoras para retardar o avanço da doença.

Na fibromialgia, embora por muito tempo tenha sido considerada apenas uma síndrome de sensibilização central, novos estudos sugerem que mecanismos imunológicos podem estar envolvidos na amplificação da dor. Algumas pesquisas apontam que pacientes com fibromialgia apresentam níveis elevados de citocinas inflamatórias e alterações no funcionamento das células gliais no sistema nervoso central. Essas descobertas reforçam a ideia de que a inflamação, mesmo que em níveis sutis, pode estar contribuindo para os sintomas debilitantes da doença.

Já no lúpus, a relação com o sistema imunológico é ainda mais evidente, pois trata-se de uma doença autoimune na qual o próprio organismo ataca seus tecidos saudáveis. O lúpus eritematoso sistêmico (LES) é caracterizado por um descontrole da imunidade adaptativa, resultando na produção desregulada de autoanticorpos que provocam inflamações severas em órgãos como rins, pele, pulmões e articulações. Estudos recentes têm buscado entender como modular esse ataque imunológico, com novas terapias que visam inibir especificamente certas vias inflamatórias, reduzindo os danos sem comprometer completamente as defesas naturais do organismo.

A relação entre imunidade e inflamação também está sendo explorada em novas frentes terapêuticas. Uma área de pesquisa promissora envolve o papel da microbiota intestinal na regulação da resposta imune. Evidências sugerem que um desequilíbrio na composição das bactérias intestinais pode influenciar processos inflamatórios sistêmicos, impactando não apenas doenças autoimunes como o lúpus, mas também condições neurodegenerativas como o Alzheimer. Ensaios clínicos estão avaliando o uso de probióticos e intervenções dietéticas para modular essa interação entre intestino e sistema imunológico.

A crescente compreensão sobre os mecanismos imunológicos e inflamatórios dessas doenças está abrindo caminho para abordagens terapêuticas mais eficazes e personalizadas. A imunomodulação, que busca equilibrar a resposta imune sem suprimi-la completamente, está se tornando uma estratégia-chave no tratamento de doenças crônicas inflamatórias e neurodegenerativas. Com o avanço das pesquisas, espera-se que novas terapias surjam para oferecer mais qualidade de vida aos pacientes.


Acesse para saber mais
https://www.gov.br/cetene/pt-br/assuntos/noticias/campanha-fevereiro-roxo-e-laranja
https://drauziovarella.uol.com.br/mulher/lupus-eritematoso-sistemico-les/
https://drauziovarella.uol.com.br/mulher/fibromialgia/
Doença de Alzheimer: Causas, Efeitos e Prevenção: https://youtu.be/878RiQ37-vw?si=s5e_XgArfkDoJ2TT
 

Assine nossa newsletter