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17/01/2024

Inequidade nas colaborações ciêntíficas internacionais

 A importância de promover equidade nas colaborações científicas pelo mundo é um assunto recorrente, mas ganhou especial relevância na última década.

Tendo isso em vista, dados publicados no  Nature Index (go.nature.com/3rs5xdm), analisando as colaborações de pesquisa de norte a sul, demonstraram que nas 82 revistas de ciências naturais acompanhadas pelo índice, apenas 2,7% dos artigos publicados entre 2015 e 2022 contou com colaborações entre cientistas de países de rendimentos mais elevados e de países de rendimentos mais baixos.

 Mesmo nesses artigos, havia, em média, três autores em países mais ricos para cada autor em um país mais pobre. E o número de artigos que envolveram colaborações entre pesquisadores exclusivamente nos países mais pobres era de apenas 24 — de um total de cerca de meio milhão de artigos.

 

Para tal análise, o Nature Index divide os países em duas categorias com base em quatro grupos de renda usados pelo Banco Mundial: o norte global, que inclui países de alta renda e países de rendimento médio-alto, e o sul global, compreendendo nações de renda média-baixa e de baixa renda. Os dados demonstraram que quase metade das contribuições de autores veio de apenas cinco países ricos - China, França, Alemanha, Reino Unido e os Estados Unidos. Entre os países do sul global, a Índia representou 15% de toda a economia norte-sul em pesquisa. Em contraste, 42 países africanos juntos, atingiram uma contribuição equivalente a menos de 20% da da Índia.

 

Entretanto, o Nature Index focou apenas nas ciências naturais para sua análise de dados. Observando dados separados da base de dados Digital Science Dimensions, compreende-se que há mais colaboração norte-sul em ciências da saúde e engenharia, algo que o Nature Index deverá avaliar também no futuro. Sabe-se que países mais ricos lideram as colaborações científicas, mas a extensão desta desigualdade deve ser um sinal de alerta para financiadores e representa uma triste realidade para os pesquisadores dessas localidades. 

 

Os dados aqui expressos quando analisados podem dar às instituições de pesquisa e financia as ferramentas necessárias para direcionar e incrementar a pesquisa que altera o desequilíbrio Norte-Sul. Os financiadores devem dar maior prioridade a projetos concebidos e liderados por investigadores no Sul global e proporcionar mais parcerias que ajudem a construir, em vez de drenar, recursos em países de baixa renda.

 

O artigo completo pode ser encotrado em: https://www.nature.com/articles/d41586-023-04022-1

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