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11/06/2025

Infecções respiratórias e automedicação: um alerta para o inverno de 2025

Com a chegada do inverno, o Brasil vivencia um aumento expressivo nas infecções respiratórias. Segundo dados do Ministério da Saúde e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), até o início de junho de 2025, foram registrados 83.928 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), com 49,4% dos casos com confirmação laboratorial para vírus respiratórios.

Entre os vírus mais detectados, destacam-se o vírus sincicial respiratório (VSR), presente em cerca de 45% dos casos positivos, o rinovírus (22,8%), a COVID-19 (até 11%), e principalmente a influenza A, que passou de 11% em abril para até 38,9% dos casos recentes, com maior impacto entre adultos e idosos. Já o VSR continua sendo a principal causa de internações em crianças pequenas, especialmente menores de dois anos.

Em resposta ao aumento de hospitalizações, o Ministério da Saúde destinou, em maio, R$ 100 milhões para reforçar o atendimento pediátrico no SUS, em especial para casos de SRAG.

Nesse cenário, um comportamento recorrente e preocupante volta a ganhar força: a automedicação. Diante de sintomas como febre, dor no corpo, tosse e congestão nasal, muitas pessoas recorrem por conta própria ao uso de antitérmicos, anti-inflamatórios e antibióticos, acreditando que estarão se protegendo. No entanto, essa prática pode trazer mais riscos do que benefícios. O uso indiscriminado de medicamentos pode mascarar sintomas importantes, atrasar o diagnóstico correto e, no caso dos antibióticos, favorecer a resistência bacteriana, um dos maiores desafios de saúde pública da atualidade.

É essencial lembrar que a maioria das infecções respiratórias do inverno tem origem viral, e portanto não devem ser tratadas com antibióticos. A conduta mais segura começa com informação qualificada, passa pela escuta médica e se fortalece com medidas preventivas. A vacinação contra influenza e COVID-19 continua sendo uma estratégia efetiva para reduzir complicações e mortes, especialmente entre os grupos mais vulneráveis. Manter ambientes ventilados, higienizar as mãos com frequência e evitar aglomerações são atitudes simples, mas poderosas.

Neste inverno, mais do que nunca, é preciso reafirmar a confiança na ciência, combater a desinformação e adotar práticas responsáveis. O cuidado coletivo começa com a responsabilidade individual.

 

 

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