26/09/2014
Jovem Imunologista – Microrganismos e Vacinas – 3ª Aula
O sistema imune compreende os mais diversos mecanismos de defesa envolvidos na proteção do organismo. Tais mecanismos estão divididos em duas linhas de defesa principais – a imunidade inata e a imunidade adaptativa. Até o momento, vimos que a imunidade inata corresponde à resposta inicial que se desenvolve rapidamente no local de entrada do microrganismo. As principais células envolvidas nessa etapa são os macrófagos, os neutrófilos e os mastócitos que são responsáveis por reconhecer e eliminar o microrganismo durante o processo inflamatório.
Em paralelo, com o decorrer do tempo de infecção (em torno de uma semana) ocorre a ativação de outras células do sistema imune, mais especializadas, denominadas linfócitos. Tais células constituem a segunda linha de defesa do organismo conhecida como imunidade adaptativa. Neste cenário entram em cena as células dendríticas que fazem a ponte entre a imunidade inata e a adaptativa, pois são as responsáveis por reconhecer os microrganismos, destruí-los em pequenos pedaços (antígenos) e então migrar para os linfonodos, onde apresentam (expõem) esses antígenos para os linfócitos ativando-os.
Existem duas populações de linfócitos: B e T, e ambas possuem receptores altamente específicos para os diferentes antígenos, ao contrário das células da imunidade inata que reconhecem receptores comuns a vários microrganismos, a esta propriedade da imunidade adaptativa denominamos especificidade. Após reconhecerem os antígenos, os linfócitos aumentam em número (proliferam) e adquirem funções especializadas (diferenciam). Os linfócitos T são subdivididos em T auxiliar (CD4) e T citotóxico (CD8), enquanto os linfócitos B são as células responsáveis pela produção de anticorpos.
Ao final da resposta imune adaptativa permanecem no organismo os linfócitos de memória. Quando um indivíduo tem linfócitos de memória e anticorpos contra um microrganismo, podemos dizer que ele está imune, isto é, protegido. Cabe lembrar que essa imunidade pode se desenvolver naturalmente quando ficamos doentes ou, então, de maneira artificial, como é o caso da vacinação.
As vacinas foram criadas para “ensinar” o sistema imune a reconhecer o microrganismo que pode causar uma doença e estimular o nosso organismo para reagir contra ele quando o indivíduo entrar em contato com o mesmo. Essa resposta ao microrganismo é devido à produção de anticorpos e geração de linfócitos T e linfócitos de memória. Os anticorpos impedem fisicamente a entrada dos microrganismos nas células, uma vez que se ligam aos antígenos, neutralizando-os, entre outras funções. Já as células T podem matar diretamente os microrganismos. As células de memória, como o próprio nome diz, são responsáveis pela memória imunológica que permite lembrar do microrganismo para que em um segundo encontro, a resposta seja mais rápida e eficaz. Vacinas são feitas de microrganismos enfraquecidos (atenuados), mortos (inativados) ou de “pedaços” deles (subunidades), assim, as vacinas não causam a doença. Pelo contrário, elas previnem. De forma, bem simples, podemos então definir vacina como uma substância capaz de ativar a resposta imune com a finalidade de defender o nosso organismo. A descoberta das vacinas não foi uma maravilha???
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