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30/05/2025

Maio Roxo: Mês de conscientização e visibilidade das doenças inflamatórias intestinais (DIIs)

Texto por Profa. Dra. Vanessa Carregaro Pereira



Estilo de Vida e Hábitos Saudáveis: Aliados no Manejo da Doença Inflamatória Intestinal
 

A Doença Inflamatória Intestinal (DII) é uma condição complexa, marcada por interações entre o sistema imunológico e a microbiota intestinal. Embora as terapias medicamentosas sejam fundamentais para o tratamento, estratégias de estilo de vida e hábitos saudáveis têm ganhado espaço como abordagens complementares no manejo da doença, especialmente diante da crescente compreensão sobre a disfunção imunológica e as alterações microbianas envolvidas.

Entre essas estratégias, a alimentação tem se destacado. Dietas específicas vêm sendo estudadas pelo potencial de modular a microbiota intestinal e influenciar a resposta imunológica. A dieta mediterrânea, caracterizada por alta ingestão de frutas, vegetais, gorduras monoinsaturadas, carboidratos complexos e proteínas magras, é frequentemente recomendada para pacientes com DII. Essa abordagem alimentar não apenas favorece a diversidade microbiana intestinal, mas também traz benefícios adicionais, como redução do risco de doenças cardiovasculares e câncer [1]. Embora ainda não haja evidências conclusivas de que qualquer dieta específica consiga reduzir a taxa de surtos em adultos com DII, estudos sugerem que dietas pobres em carnes vermelhas e processadas podem contribuir para a diminuição de episódios de colite ulcerativa [1].

Além da dieta, o uso de probióticos e prebióticos vem sendo explorado como alternativa para equilibrar a microbiota e, possivelmente, modular a resposta inflamatória. Embora existam resultados promissores, a eficácia desses suplementos ainda varia bastante, tornando essencial a realização de mais estudos para definir recomendações seguras e eficazes [2]. Outras abordagens, como a restrição calórica e a suplementação com vitamina D, também têm demonstrado potencial. A vitamina D, em especial, está associada a um risco reduzido de DII e pode melhorar a eficácia das terapias já consolidadas, reforçando seu papel como agente adjuvante no manejo da doença [2–3].

Importante destacar que essas intervenções complementares não substituem os tratamentos padrão, mas podem desempenhar um papel relevante no suporte ao controle da DII, ajudando a induzir ou manter a remissão clínica [4]. Com os avanços nas pesquisas, cresce a expectativa de que futuras estratégias personalizadas, baseadas na compreensão integrada entre dieta, microbiota e sistema imunológico, possam otimizar ainda mais o tratamento e a qualidade de vida dos pacientes.

 

Referências Bibliográficas

1. AGA Clinical Practice Update on Diet and Nutritional Therapies in Patients With Inflammatory Bowel Disease: Expert Review. Hashash JG, Elkins J, Lewis JD, Binion DG. Gastroenterology. 2024;166(3):521-532. doi:10.1053/j.gastro.2023.11.303.

2. Inflammatory Bowel Disease and Immunonutrition: Novel Therapeutic Approaches Through Modulation of Diet and the Gut Microbiome.Celiberto LS, Graef FA, Healey GR, et al. Immunology. 2018;155(1):36-52. doi:10.1111/imm.12939.

3. Diet as a Trigger or Therapy for Inflammatory Bowel Diseases.Lewis JD, Abreu MT. Gastroenterology. 2017;152(2):398-414.e6. doi:10.1053/j.gastro.2016.10.019.

4. Dietary Exposures and Interventions in Inflammatory Bowel Disease: Current Evidence and Emerging Concepts. Gubatan J, Kulkarni CV, Talamantes SM, et al.Nutrients. 2023;15(3):579. doi:10.3390/nu15030579.

 

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