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30/11/2022

MÊS DA CONSCIÊNCIA NEGRA

         O mês de novembro é elencado como o mês da consciência negra, ele está chegando ao fim mas é de suma importância mobilizarmos atitudes antirracistas ao longo de todo o ano, nos mobilizando enquanto indivíduos e enquanto sociedade. Pensando nisso, nós do CRID elaboramos um conteúdo informativo para impulsionar atitudes rumo ao combate ao racismo.

COMBATE A FRASES E TERMOS RACISTAS

        O uso de termos racistas no cotidiano propaga esse tipo de pensamento de maneira velada no nosso dia a dia, muitas pessoas os usam inocentemente, sem saber que estão ofendendo alguém, mas mesmo assim essa prática perpetua o preconceito. Por isso listamos abaixo alguns termos e frases que devem ser evitados se prezados por uma sociedade mais igualitária. 

  1. Denegrir: a palavra significa “fazer ficar mais negro”, mas no nosso cotidiano o termo é utilizado no mesmo sentido de difamar, como se tornar-se mais escuro/preto fosse ofensivo. Por isso, é um verbo a se evitar. 

  2. “A coisa tá preta": novamente, o preto é relacionado a uma situação ruim, de perigo ou desconforto, é melhor usar “a coisa está difícil” ou “que situação!”.  

  3. Doméstica: termo usado geralmente em associação a funcionárias que limpam casas ou realizam serviços nos lares de forma geral, tem associação com as mulheres “domesticadas”, “amansadas” por famílias brancas na época da escravidão”, e, portanto, deve ser evitado. 

  4. Nhaca: geralmente usado para descrever um cheiro forte ou sujeira de forma geral, tem como origem uma ilha de Moçambique chamada Inhaca, tendo sido um termo originado para reforçar estereótipos e preconceitos racistas. Pode-se usar no lugar “mau cheiro”. 

  5. Fazer nas coxas: advinda de uma técnica utilizada por pessoas escravizadas para fazer telhas, não se produziam peças que encaixavam perfeitamente, sendo consideradas mau feitas. Substitua simplesmente por “mal feito”. 

    Existem inúmeras expressões do nosso dia a dia que remetem a situações de desconforto para pessoas pretas, busque informações sobre e corrija quando vir tais termos sendo utilizados. 

A IMPORTÂNCIA DE ACESSAR CONTEÚDOS PRODUZIDOS POR PESSOAS PRETAS

         A sub representatividade de pessoas pretas nas mídias é um aspecto muito importante a ser refletido quando pensamos em racismo velado, os conteúdos produzidos por essas artistas não chegam ao público da mesma forma que aqueles feitos por brancas. Essa tendência tem lentamente se modificado mas por muito tempo as principais atuações de atores e artistas negros em novelas, por exemplo, eram interpretando papeis secundários ou de pessoas de classe baixa, evidenciando a visão que o imaginário coletivo tinha sobre pessoas racializadas. 

        Pensando nisso, é fundamental que se vá na contramão da tendência geral e a sociedade passe a consumir mais conteúdos produzidos por pessoas pretas, que fale sobre suas demandas, tal qual raps do Racionais, Djonga, Baco Exu do Blues, entretenham como as músicas de Ludmilla ou a atuação de Lázaro Ramos. De toda forma, é preciso que a sociedade se mobilize para provocar mudanças no cenário de consumo de conteúdos.

PESSOAS PRETAS E A CIÊNCIA

    É notória a desigualdade existente entre pessoas pretas e brancas se considerarmos a representação em espaços acadêmicos. Mesmo a Universidade de São Paulo à qual pertencemos conta com apenas 2,2% de professores negros. Apesar disso, muitos pesquisadores pretos foram capazes de, perpassando o preconceito e dificuldades impostas, atingir papéis de destaque no meio acadêmico. Aqui vamos exaltar algumas dessas pessoas no contexto do nosso país, pensando nas muitas que devido ao preconceito estrutural acabam muitas vezes sofrendo apagamento histórico. 

  1. Enedina Alves Marques (1913-1981) foi a primeira mulher negra brasileira a se formar em Engenharia e a primeira mulher do Paraná a ter essa graduação.

  2. Lélia Gonzalez (1935-1994) foi uma intelectual, política, professora e antropóloga brasileira. Lutou ativamente contra o racismo estrutural, a desigualdade de gênero e ao conceito de democracia racial. Sua obra mais famosa é Racismo e Sexismo na Cultura Brasileira. 

  3. Milton Santos (1926-2001) foi geógrafo, advogado, professor universitário, cientista e jornalista brasileiro. Revolucionou a forma como se via a geografia, humanizando exponencialmente o processo e dando enfoque para as relações humanas. É reconhecido internacionalmente. 

Ficou com vontade se informar ainda mais? Confira o CRID News especial do mês de novembro que conta com os depoimentos de Lucas Venturini e Bruno Marcel, ambos doutorandos do CRID: 

 

 

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