26/06/2025
Mês do Orgulho LGBTQIA+: Orgulho é Pertencimento. Acolher também é educar. Cuidar também é resistir.
Ser LGBTQIA+ e ocupar uma cadeira na Universidade pública é, ainda hoje, um ato de resistência. Não porque falte competência, talento ou mérito, mas porque a discriminação, muitas vezes silenciosa, estrutural e cotidiana, segue atravessando trajetórias, adoecendo corpos, afetando mentes e impondo barreiras invisíveis.
Ambientes que não acolhem impactam diretamente a saúde mental e física de quem precisa, todos os dias, negociar sua existência. Estudos mostram que pessoas LGBTQIA+ enfrentam taxas muito mais altas de ansiedade, depressão, insônia, estresse crônico, ideação suicida e uso problemático de substâncias. E não se trata de uma fragilidade individual, mas dos efeitos de um sistema que ainda não garante segurança, pertencimento e dignidade a todas as pessoas.
Esses efeitos não se restringem à vida pessoal. Eles atravessam também a permanência acadêmica. Evasão, isolamento, queda no desempenho, falta de representação e ausência de políticas institucionais específicas são parte de um cenário que precisa ser nomeado e enfrentado. A discriminação não apenas limita sonhos individuais, ela rouba da sociedade talentos, saberes, pesquisas, ciência, cultura e inovação.
Quando alguém precisa esconder quem é para ser aceito, perde-se muito mais do que liberdade. Perde-se potência, diversidade de pensamento, criatividade e transformação. É um prejuízo que não recai apenas sobre quem sofre, ele fragiliza a própria missão da universidade como espaço de produção de conhecimento e de transformação social.
Por isso, o Mês do Orgulho não é só celebração. É memória de luta, é reivindicação de direitos, é afirmação de existência. É também um chamado urgente para que a Universidade pública assuma de forma plena seu compromisso com a diversidade, o acolhimento e a saúde integral de suas comunidades.
A diversidade não é um adorno, não é detalhe, não é pauta secundária. É parte da essência de qualquer projeto de Universidade verdadeiramente pública, democrática e socialmente referenciada. Porque não há produção de conhecimento relevante onde não há liberdade, não há ciência onde há silenciamento, não há inovação onde há medo.
Defender a Universidade pública é também defender corpos livres, mentes saudáveis, trajetórias protegidas e saberes plurais.
Que a USP, e cada espaço acadêmico, siga se fortalecendo como um território onde ninguém precise escolher entre ser quem é e ser quem aprende, pesquisa, ensina e transforma.
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