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21/06/2023

Qual a relação da asma com a COVID-19?

A reviravolta

O portal oficial do governo de São Paulo divulgou em março deste ano uma notícia baseada no estudo publicado na revista Frontiers in Medicine que sugere que os pacientes hospitalizados com asma, quando comparados a indivíduos sem a doença, não tem maior incidência de óbito, e também, não apresentam taxas tão diferenciadas de agravamento da covid em decorrência dela. 

O biólogo e doutor Fernando Augusto Lima Marson, da Universidade São Francisco, um dos autores do trabalho, aponta que a partir dos estudos realizados na análise de registros clínicos e demográficos de 1.129.838 pacientes hospitalizados devido a COVID-19 obtidos pelo banco de dados OpenDataSUS: “apesar de desenvolverem mais sintomas clínicos, os pacientes com asma foram menos propensos a morrer em comparação a indivíduos sem asma”. 

Os dados coletados apontaram, dentre aqueles cujos quadros foram mais agravados e precisaram de suporte ventilatório, a taxa de mortalidade de pacientes com asma foi, inclusive, menor, sendo 74,6%, enquanto a dos pacientes sem asma foi de 78%, reforçando portanto, a nova tese de que a asma poderia caracterizar, na verdade, um fator protetivo. Mas como isso se justifica? 

 

Asma como fator protetivo?

A hipótese levantada acerca do porquê disso baseia-se no entendimento das especificidades da asma no organismo, ou seja, as pessoas com esse problema respiratório apresentam baixa produção de citocinas inflamatórias, fator estimulante da resposta imune. Essa resposta é fomentada por células de defesa (linfócitos) TCD4+Th2, sendo estas capazes de regular e diminuir o impacto da fase tardia da hiperinflamação, um ponto possivelmente crítico em infecções respiratórias mais sérias.  

Entretanto, é importante considerarmos que em outras pesquisas que foram realizadas, os resultados divergem dos obtidos pela equipe e população aqui enfatizada. Um estudo realizado nos Estados Unido concluiu ao avaliar mais ou menos 350 pacientes que a asma era sim um fator de risco. Além disso, o estudo da USF baseou-se em fatos divulgados pelo governo, o que acarreta em algumas limitações, entretanto, isso não limita a relevância da pesquisa proposta. O artigo “Profile of coronavirus disease enlightened asthma as a protective factor against death: An epidemiology study from Brazil during the pandemic” pode ser acessado em: www.frontiersin.org/articles/10.3389/fmed.2022.953084/full
 

fontes: 

https://www.saopaulo.sp.gov.br/spnoticias/estudo-sugere-que-a-asma-pode-proteger-contra-o-agravamento-da-covid-19/ 

 

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