12/06/2025
Sistema Imunológico e Dia dos Namorados: a conexão com o Eixo Neuroimunoendócrino
O Dia dos Namorados é tradicionalmente associado ao afeto, à conexão emocional e à celebração dos vínculos. Mas por trás dos gestos de carinho, há uma intensa atividade fisiológica em curso, e o sistema imunológico é um dos protagonistas dessa história. As emoções vivenciadas em relacionamentos saudáveis impactam diretamente o eixo neuroimunoendócrino, sistema que integra cérebro, hormônios e imunidade.
Pesquisas em psiconeuroimunologia demonstram que interações afetivas positivas podem modular o eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HPA), reduzindo a liberação de cortisol, hormônio do estresse que, em níveis elevados e crônicos, afeta a imunidade. Em contrapartida, o contato afetivo estimula a produção de dopamina, serotonina e oxitocina, substâncias associadas ao bem-estar e à regulação inflamatória (Kiecolt-Glaser et al., 2010; Gouin et al., 2009).
Essas alterações hormonais repercutem diretamente sobre a atividade de linfócitos T, a produção de citocinas e o equilíbrio entre respostas pró e anti-inflamatórias. Estudos mostram que pessoas com maior suporte social e vínculos afetivos estáveis apresentam menor expressão de marcadores inflamatórios como IL-6 e TNF-α, além de melhor resposta imune frente à infecções (Slavich & Cole, 2013).
Não se trata apenas de amor romântico. Laços familiares, amizades profundas, redes de apoio e até o autocuidado influenciam esse eixo integrador. Em todas essas formas de conexão, há uma sincronia entre cérebro, hormônios e sistema imune, um verdadeiro eixo da saúde.
Neste 12 de junho, celebrar o amor também é uma forma de promover imunidade. O afeto, quando cultivado de forma saudável, fortalece não só os vínculos, mas também os mecanismos de defesa do corpo.
Referências bibliográficas:
Kiecolt-Glaser, J. K., Gouin, J. P., & Hantsoo, L. (2010). Close relationships, inflammation, and health. Neuroscience & Biobehavioral Reviews, 35(1), 33–38.
Gouin, J. P., Glaser, R., Malarkey, W. B., Beversdorf, D., & Kiecolt-Glaser, J. K. (2009). Chronic stress, daily stressors, and circulating inflammatory markers. Health Psychology, 28(6), 729–737.
Slavich, G. M., & Cole, S. W. (2013). The Emerging Field of Human Social Genomics. Clinical Psychological Science, 1(3), 331–348.
Uchino, B. N., Cacioppo, J. T., & Kiecolt-Glaser, J. K. (1996). The relationship between social support and physiological processes: a review with emphasis on underlying mechanisms and implications for health. Psychological Bulletin, 119(3), 488–531.
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