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24/08/2023

#Tbt Palestra Prof Rodrigo Corrêa: infecção humana controlada

Na segunda-feira, dia 14 de Agosto, ocorreu no Prédio Central da Faculdade de Medicina da USP Ribeirão Preto, uma palestra com o Professor Doutor Rodrigo Correa Oliveira.

 

O Dr. Rodrigo Corrêa Oliveira, concluiu sua graduação em Biologia na UFMG em 1980 e obteve o título de Mestre em Bioquímica pela UFMG em 1981. No início de 1982, ele se mudou para os Estados Unidos, onde alcançou o grau de Ph.D. em Imunologia pela Johns Hopkins University em 1985. Durante seu tempo nos EUA, ele trabalhou no National Institutes of Health.

Atualmente, ele é pesquisador titular e lidera o laboratório de Imunologia Celular e Molecular, tendo como foco de pesquisa mecanismos de regulação da resposta imunitária, resistência a infecções/reinfecções e identificação de antígenos com potencial para serem usados como vacinas contra a infecção por S. mansoni, em diversos países.

Devido às suas contribuições científicas, o Dr. Corrêa-Oliveira está envolvido em Comitês Assessores da OMS desde 1993. Além disso, foi nomeado Membro da Câmara de Ciências Biológicas da FAPEMIG e, em 1998, tornou-se membro do Corpo de Assessores do CNPq na área de Imunologia. A partir de 2017, ele ocupa a posição de vice-presidente da Fiocruz.

 

A Palestra

O tema discutido foi “Infecção Humana Controlada: Novo Modelo Para Aceleração De Testes De Vacinas”

Os ensaios de infecção humana controlada (EIHC) são estudos onde os voluntários são intencionalmente infectados com o agente infeccioso a ser estudado, previamente selecionado e mantido em condições controladas em laboratório. Os participantes são criteriosamente escolhidos e recebem informações sobre a doença, a importância de desenvolver uma vacina para o agente infeccioso em questão, os procedimentos do estudo, bem como os riscos e benefícios envolvidos.

 

Sabe-se que o  desenvolvimento de vacinas é um processo de extensão considerável e complexidade. São divididos em 3 fases principais, passando por testes em modelos animais e posteriormente em ensaios clínicos com humanos, sendo que somente nessa última fase é possível determinar se o candidato à vacina é capaz de proporcionar proteção contra a infecção.

Estes processos, além de demorados, envolvem grande incentivo financeiro. Dessa forma, o alto custo associado tende a influenciar significamente o preço final das vacinas que são produzidas. 

Durante a exposição do tema, foi levantado que os EIHC têm o potencial de agilizar o desenvolvimento de vacinas, permitindo a avaliação da eficácia logo na fase inicial, sendo  mais econômicos e envolvendo um número menor de participantes. 

 

Em alguns países, grandes avanços foram feitos utilizando essa tecnologia, entretanto, países em desenvolvimento como o Brasil permanecem dependendo de tecnologias desenvolvidas no exterior. Tendo isso em vista, o intuito do Dr. Rodrigo Correa Oliveira, é expandir a compreensão do público sobre o que são EIHC, engajar diferentes públicos nestes estudos e favorecer a discussão sobre sua implementação.

 

QUESTÕES ÉTICAS

 

Ao conduzir o processo de informar os participantes acerca de todos os procedimentos, riscos e vantagens envolvidos, é viável conceder autonomia à pessoa para decidir sobre sua participação no estudo,indo de encontro aos princípios éticos estipulados por lei.

 

A Resolução n.º 466 do Conselho Nacional de Saúde (CNS), que orienta a pesquisa envolvendo seres humanos, oferece diretrizes claras a respeito desse tipo de estudo. Ela estabelece regulamentos para garantir que as pesquisas sejam conduzidas de maneira ética e humanitária. No entanto, ainda prevalecem incertezas, preocupações e resistência em relação a estudos com seres humanos.

 

Dessa forma, urge a necessidade de aprofundar a discussão sobre EIHC no contexto brasileiro. De acordo a opinião dos especialistas:  “O uso de infecção humana controlada certamente levaria o Brasil a um novo patamar de desenvolvimento de vacinas e contribuiria para acelerar a solução de problemas de saúde nacionais de forma segura e econômica” (OLIVEIRA, SANTIAGO E GAZINELLI, 2022).



 

REFERÊNCIAS:

 Fiocruz. Infecção humana controlada: o impulso ao teste de vacinas. Disponível em: https://www.cdts.fiocruz.br/opiniao-de-especialistas/infeccao-humana-controlada-o-impulso-ao-teste-de-vacinas. Acesso em: 23 de Agosto.


 

Ciência Hoje. Infecção humana controlada: o impulso ao teste de vacinas. Disponível em: https://www.cienciahoje.org.br/artigo/infeccao-humana-controlada-o-impulso-ao-teste-de-vacinas/. Acesso em: 23 de Agosto. 

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