05/06/2025
Universidade Pública: Investimento Estratégico, Não Privilégio!
A Universidade pública brasileira desempenha papel central na formação de profissionais qualificados, na produção científica e na promoção da equidade social. No entanto, enfrenta desafios decorrentes de discursos que a classificam como um “privilégio”, desconsiderando sua natureza pública, gratuita e inclusiva. É imperativo reafirmar que o financiamento dessas Instituições representa um investimento de alto impacto social e econômico, alinhado às práticas de nações que priorizam a Educação Superior como vetor de desenvolvimento.
As Universidades públicas brasileiras são responsáveis por mais de 95% da produção científica nacional, conforme dados da CAPES (2022). Elas concentram os Programas de Pós-Graduação mais bem avaliados e os principais Centros de Pesquisa e Inovação. Além disso, desempenham papel estratégico na formação de profissionais em diversas áreas, sustentando a infraestrutura técnica e científica do país.
O perfil socioeconômico dos estudantes evidencia o caráter inclusivo dessas Instituições. Segundo a V Pesquisa Nacional da Andifes (2019), mais de 70% dos alunos matriculados nas Universidades Federais pertencem a famílias com renda per capita de até 1,5 salário mínimo. Políticas de cotas e assistência estudantil têm sido fundamentais para democratizar o acesso e garantir a permanência desses estudantes.
Modelos internacionais reforçam essa compreensão. Na Alemanha, o Ensino Superior público é gratuito, e o Estado investe massivamente em Universidades como a Ludwig-Maximilians-Universität München e a Universidade Técnica de Munique. Nos Estados Unidos, Instituições públicas estaduais como a University of Michigan e a UC Berkeley recebem vultosos aportes estatais para manter a excelência em ensino e pesquisa, mesmo com a cobrança de mensalidades. Na Coreia do Sul, o investimento público em Universidades foi central para a transformação do país em potência tecnológica.
A China também tem investido intensamente em Educação Superior como estratégia de desenvolvimento. Em 2023, o gasto anual do país em educação totalizou 6,46 trilhões de yuans (aproximadamente 906 bilhões de dólares), superando consistentemente a marca de 4% do PIB desde 2012. O programa Double First-Class Construction, iniciado em 2015, visa transformar Universidades chinesas em Instituições de classe mundial até 2050, com 147 Universidades selecionadas para receber investimentos significativos.
Comparado a esses modelos, o sistema brasileiro se destaca por oferecer Ensino gratuito e de excelência, com impacto direto sobre o desenvolvimento regional e nacional. Em períodos de crise, como durante a pandemia de COVID-19, foram as Universidades públicas que lideraram pesquisas, desenvolveram testes, atuaram no atendimento hospitalar e realizaram ações de extensão voltadas às populações vulneráveis.
Ignorar esse papel, ou reduzir o debate ao custo financeiro imediato, é perder de vista o retorno de longo prazo gerado por essas Instituições. O financiamento público da Universidade deve ser compreendido como política de Estado, voltada à construção de um país mais soberano, justo e preparado para os desafios do século XXI.
Deslegitimar a Universidade pública não compromete apenas a Educação Superior: compromete a Ciência, a Inovação, a Saúde, a Equidade Social, e o próprio futuro da nação.
Fontes:
- Andifes. V Pesquisa do Perfil Socioeconômico e Cultural dos Estudantes das IFES. 2019.
- CAPES. Relatório de Produção Científica Brasileira. 2022.
- QS World University Rankings. Edição 2025.
- DAAD – German Academic Exchange Service. Higher Education in Germany. 2023.
- National Center for Education Statistics – U.S. Department of Education. 2022.
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